quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Setor Elétrico em Choque.


Jornal do Brasil.        
Aristóteles Drummond

      Nossos empresários andam realmente muito ocupados com suas empresas, os juros e os impostos. Não têm tido tempo de observar que outras ameaças podem comprometer suas portas abertas. Cresce a política de proteção ao mau cliente, barreiras são criadas ao incentivo do “ficha limpa”, na obtenção de melhores condições de juros e nas compras a prazo. Sabemos que, no Brasil, parte dos juros abusivos ao consumidor é devida à inadimplência, parcialmente protegida pela legislação.
        O setor elétrico, por exemplo, onde o não pagamento das contas é passível de negativação do consumidor junto às entidades de cadastro, os resultados têm sido altamente positivos, permitindo que, no futuro, até venhamos a ter tarifas mais baixas. Mas são muitos os estados que barram, pela via política, este legítimo instrumento de defesa da saúde financeira das empresas – todas necessitando de recursos para sua modernização e bom atendimento a um mercado que cresce a taxas superiores às do PIB.
        Recente resolução do regulador, por exemplo, acresce ao aviso de corte por não pagamento sua efetivação no prazo anunciado. Se o mesmo não ocorrer, pela natural impossibilidade de atender a tal demanda de serviços, é preciso um novo aviso de corte e consequentemente um novo prazo. É isso mesmo!!!
        Também nada é feito para vedar, por lei naturalmente, o poder de um juiz dar liminar para que o consumidor faltoso seja cortado. Ou então se crie um crédito fiscal no valor do que não é pago pela “sensibilidade social” do magistrado, com o boné alheio, como se diz popularmente.
        A norma em vigor no setor elétrico é tão inacreditável que, se um consumidor é devedor num endereço e pede ligação em outro, a concessionária é obrigada a atender ao pedido. Ou seja, tem de fornecer a quem lhe deve e não paga.
        Pouca gente sabe destas aberrações, mas todos reclamam das tarifas, que são altas – agora entre as mais caras do mundo. Quase a metade em impostos e outra parcela pela legislação que desencoraja o investimento. Neste momento, uma pequena PCH de propriedade de uma indústria de alumínio, funcionando há muitos anos em Minas, está tendo a renovação de sua licença questionada pelos ambientalistas. Uma usina que já funciona, que precisa apenas renovar. Não é coisa de país sério, convenhamos.
        Qual a segurança de quem investe no setor? O que está sendo feito para dar garantias legais de que uma obra da importância de Belo Monte não venha a ser travada por ambientalistas, ou indígenas? E as linhas de transmissão, em especial a Tucuruí-Manaus, que é das mais importantes do Brasil? As linhas do complexo do Madeira precisam ser liberadas. Senão, vamos ter energia gerada e não transportada.        A Eletrobras, que conta com quadros de excelência, de reconhecimento internacional, acabou esvaziada como responsável pelo planejamento, financiamento e execução. Embora, na prática, o grupo seja quem tem salvado concorrências recentes do fracasso.
        O negócio é bom em todo o mundo. É possível ser bem gerido e atrair investimentos pela sua rentabilidade. Mas precisa de um mínimo de bom-senso por parte das entidades reguladoras, dos legisladores e até mesmo do Judiciário.
        E cabe ao governo, nestas semanas, estar atento ao acordo sindical, para que não venhamos a ter greves prolongadas, quase férias extras, como o que se verificou recentemente com funcionários dos Correios e dos bancos. O momento, nacional e internacional, não comporta tanta tolerância!

Aristóteles Drummond é jornalista. - aristotelesdrummond@mls.com.br

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sistema de Transposição de Peixes da UHE Santo Antônio está em fase de acabamento


Previsto para começar a funcionar na segunda quinzena de novembro, o STP permitirá a migração dos peixes rio acima, através da barragem, no período da piracema, garantindo a reprodução das espécies quando a usina hidrelétrica estiver em operação
Sistema de Trasposição Itaipu.
O Sistema de Transposição de Peixes (STP) da Usina Hidrelétrica Santo Antônio já está em fase de acabamento. No momento, estão sendo distribuídos os gabiões, que são um tipo de gaiola de arame preenchida com pedras, colocadas de forma intercalada dentro do canal, servindo como defletores que regulam a velocidade da água tornando-a ideal para a passagem dos peixes.
Previsto para começar a funcionar na segunda quinzena de novembro, o STP fica na margem direita do empreendimento, na região onde estava localizada a Ilha do Presídio. Com cerca de 900 metros de extensão e dez metros de largura em seu canal principal, o STP permitirá a migração dos peixes rio acima, através da barragem, no período da piracema, garantindo a reprodução das espécies quando a usina hidrelétrica estiver em operação. A construção do STP foi uma das condicionantes ambientais da Licença de Instalação e também para a Licença de Operação da usina expedida em setembro.
Para garantir o sucesso do funcionamento do Sistema de Transposição de Peixes, a Santo Antônio Energia construiu um canal experimental na Cachoeira de Teotônio. Durante dois anos, estudos sobre o comportamento das espécies migratórias de peixes na época da piracema foram realizados neste canal experimental. Projetado em escala real, este canal se constituiu no único no mundo construído no mesmo rio onde está sendo implantado o STP definitivo.
Santo Antônio Energia
É a concessionária responsável pela construção e futura operação da usina hidrelétrica Santo Antônio, localizada no rio Madeira, em Porto Velho (RO), e pela comercialização da energia a ser gerada. A usina tem potência instalada de 3.150,4 megawatts e capacidade para abastecer 11 milhões de residências, ou aproximadamente 40 milhões de pessoas. O empreendimento tem investimento de R$ 15,1 bilhões e é referência em construção de hidrelétricas sustentáveis, pois utiliza tecnologia de ponta para melhor eficiência energética com menor impacto ambiental. Os acionistas da Santo Antônio Energia são as empresas Eletrobras Furnas, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Cemig e o Fundo de Investimentos e Participações Amazônia Energia (FIP). A usina hidrelétrica Santo Antônio é uma das principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal.

Alemanha inaugura usina híbrida com tecnologia eólica e de hidrogênio.


Instalação de geração de energia renovável é a primeira do tipo no mundo.
Armazenamento de hidrogênio permite fornecimento mesmo sem vento.


Usina servirá para desenvolver tecnologia híbrida de produção de energia. (Foto: AFP)
                   

Foi inaugurada nesta terça-feira (25) em Prenzlau, no leste da Alemanha, a primeira usina híbrida de energia eólica e de hidrogênio no mundo.
A vantagem dessa instalação é que, quando há muito vento, ela produz hidogênio que é armazenado para quando a velocidade do ar diminuir.
Assim, fica garantida uma capacidade estável de fornecimento de energia, o que apenas uma turbina eólica não pode assegurar, já que depende das condições meteorológicas para produzir mais ou menos eletricidade.
A Alemanha pretende que, até 2050, 80% de sua matriz energética seja renovável, reduzindo em especial o uso de energia nuclear e termoelétrica a carvão.
A nova usina, por enquanto, é um projeto-piloto que não funciona comercialmente. A ideia é usá-la para melhorar essa tecnologia a ponto de torná-la viável economicamente. Sua capacidade é de 6 Megawatt.
Ajude a proteger a fauna e a flora brasileiras no game do Globo Natureza: Missão Bioma
*Com informações da AFP

Cachoeira Caldeirão deve ser a terceira hidrelétrica confirmada no A-5


RIO – A usina Cachoeira Caldeirão, no rio Araguari, no Amapá, deverá ser a terceira hidrelétrica – das dez inscritas – confirmada para participar do Leilão de A-5, marcado para o dia 20 de dezembro. De acordo com o diretor de estudos de energia elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos Miranda, a usina recebeu ontem, do órgão ambiental do Estado do Amapá, a declaração de reserva de disponibilidade hídrica (DRDH) para participar a disputa, que licitará empreendimentos com início de geração previsto para 2016.
Segundo o diretor, a usina foi objeto de audiência pública ontem e está muito próxima de conseguir a licença prévia necessária para participar do leilão.
Até agora, apenas duas hidrelétricas conseguiram a licença prévia, Estreito e Cachoeira, as duas no rio Parnaíba, e já têm participação garantida no A-5. O prazo limite para obtenção da licença prévia é 1º de dezembro, segundo Miranda.
A hidrelétrica de São Manuel, no rio Teles Pires, no Mato Grosso, seria objeto de audiência pública esta semana, mas o processo foi adiado. Apesar do adiamento, Miranda frisou que não há anormalidades no processo.
“Essas coisas acontecem”, disse Miranda, que participou da Conferência APEx, realizada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no Rio de Janeiro.
O diretor destacou que as hidrelétricas são prioridade do governo. “[O governo] Está fazendo tudo para que sejam cumpridos os compromissos com o Ministério do Meio Ambiente e para que as hidrelétricas consigam as licenças dentro do prazo”, afirmou.
Miranda ressaltou que a licença precisa ser obtida sem que seja necessário alterar o projeto.
O baixo número de usinas hidrelétricas aprovadas para o A-5 até agora não preocupa Miranda. “O Brasil tem uma oferta de fontes de energia muito diversificada”, frisou, lembrando também a grande quantidade de energia eólica que será ofertada no leilão.
Ele afirmou que há espaço para a redução dos preços negociados pela energia no A-5. Segundo ele, a partir da competição, os empreendedores buscam otimizar os processos e evoluir as tecnologias para oferecer maior qualidade e preços menores.
“É claro que haverá um limite. Mas acreditamos que haverá redução de custos”, ponderou.
O investimento em novas tecnologias e a vinda de fábricas para o Brasil são os principais motivos apresentados por Miranda para justificar a expectativa por menores preços. Miranda lembrou que a energia eólica chegou a ser negociada a menos de R$ 100 o megawatt-hora no leilão A-3 este ano, mas ainda assim há espaço para quedas maiores no preço.
“A energia eólica está mais em evidência porque não se imaginava que pudesse reduzir tanto o preço. Esperávamos isso para 2020”, disse.
(Marta Nogueira | Valor)