Pela primeira vez o Brasil terá um encontro acadêmico sobre a energia nuclear. Trata-se da Primeira Semana de Energia Nuclear (SEN) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), cuja iniciativa é da Escola Politécnica/ COPPE, e dos alunos das duas primeiras turmas do Curso de Graduação de Engenharia Nuclear. Os interessados poderão se inscrever de graça, de 15 a 19 de agosto (segunda a sexta-feira).
O SEM tem o apoio e patrocínio do Ministério da Ciência e Tecnologia (Governo Federal); Indústrias Nucleares do Brasil (INB); Eletrobrás; Associação Brasileira de Energia Nuclear (ABEN), e Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN). O evento tem como objetivo promover o debate entre os setores relacionados à Engenharia e à Energia Nuclear e, ainda, divulgar e esclarecer questões sobre o primeiro Curso de Graduação em Engenharia Nuclear, iniciado em 2010.
A Cerimônia de abertura será no dia 15, das 9h às 11h30, no Auditório CGTEC. Na ocasião serão ministradas palestras e mesas-redondas sobre temas relacionados à Segurança de Instalações Nucleares, Ciclo do Combustível e Aplicações da Engenharia Nuclear, além de visitas ao Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), Instituto Nacional do Câncer (INCA) e laboratórios do Programa de Engenharia Nuclear (PEN).
Durante a SEN, terá destaque a importância da formação do engenheiro nuclear na composição de mão de obra especializada para atender a demanda por geração de energia. O evento objetiva, ainda, mapear o mercado para o setor e servir como elo entre as empresas que usam a energia nuclear e o futuro profissional, visando estreitar os laços entre ambos e desenvolver o setor no país, através da capacitação de mão de obra especializada. Atualmente, a UFRJ já conta com cursos de Mestrado e Doutorado em Engenharia Nuclear.
Dentre os assuntos da pauta do SEN, tem destaque o tema Desafios tecnológicos e de engenharia na Implantação da última etapa industrial do ciclo do combustível no país. De acordo com os organizadores do evento, a previsão é de que se formem, em media, 50 profissionais por ano no Curso de Engenharia Nuclear, mas esse número poderá ser maior.
De olho no mercado de trabalho-Na avaliação do professor de Análise de Segurança do PEN/DNC da UFRJ, Paulo Fernando Frutuoso e Melo, o mercado de engenharia nuclear é promissor. Ele ressalta um ‘caso’ relevante de uma aluna, que cursava o bacharelado em física na Unicamp, quando se mostrou interessada no Curso de Graduação em Engenharia Nuclear. A aluna prestou vestibular para a UFRJ e aproveitou os créditos dos dois primeiros anos do curso de origem na Unicamp, os quais são basicamente os mesmos dos dois primeiros anos na UFRJ - com exceção de algumas poucas disciplinas que ela cursou depois. Desse modo, ela começou a cursar, no ano passado, as disciplinas do terceiro ano do curso e, portanto, em 2012 ela se formará.
- Para ser aluno do curso de engenharia nuclear da Escola Politécnica é preciso vocação, pois a responsabilidade desse profissional será grande. Nós garantimos a excelência do ensino oferecido. Ao aluno, cabe a vontade de se tornar um profissional competente. Contudo, o mercado apresenta excelentes possibilidades para essa mão que estamos formando - frisa Fernando Frutuoso.
Segundo o coordenador do Programa de Energia Nuclear PEN/DNC da UFRJ, Su Jian, os profissionais formados no Curso de Engenharia Nuclear apresentarão uma base sólida e técnica/científica, capaz de absorver e desenvolver novas tecnologias no campo nuclear. Estarão capacitados também para uma atuação crítica e criativa na identificação e solução de problemas, considerando aspectos políticos, econômicos, sociais e ambientais que envolvem o tema da energia nuclear.
- A engenharia nuclear da Politécnica da UFRJ é considerada uma das melhores do mundo, o que leva os profissionais formados diretamente para o mercado de trabalho.
A primeira turma a se formar no curso oferecido pela UFRJ, em 2015, poderá ser absorvida pela Usina Nuclear de Angra 3 , avalia Su Jian.
Opções de trabalho- O engenheiro nuclear estará apto a trabalhar na indústria nuclear, com a exploração de minerais relevantes para a geração de energia elétrica, ou na concepção, construção e operação de reatores nucleares, bem como na gestão de aspectos de segurança relacionados ao uso de materiais radioativos.
O mercado para o setor não se restringe apenas ao trabalho na indústria nuclear. Áreas da medicina e da agricultura também têm demanda por estes profissionais. A SEN visa, ainda, fomentar a oferta de acadêmicos, que serão necessários para manter a excelência no desenvolvimento dos profissionais do setor.
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