sábado, 26 de fevereiro de 2011

Participação das PCHs Na Geração Triplicou Nos Últimos Anos.

Nos últimos sete anos, a capacidade instalada das usinas de pequeno porte do país cresceu quase três vezes. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em 2003 a potência das pequenas centrais hidrelétricas (PCH) totalizava 1.151 megawatts (MW) e, em 2010, esse número passou para 3.428,31 MW.
A participação das PCHs na matriz energética aumentou de 1,22% para 3,05% no mesmo período e o número de usinas subiu de 241 para 387 empreendimentos. Em 2010, entraram em operação 32 pequenas centrais, com potência total de 470,67 MW. 
O estado de Minas Gerais é que tem o maior número de PCHs, com 100 empreendimentos, seguido de Mato Grosso, com 49, e São Paulo e Santa Catarina, com 45 cada. O Rio Grande do Sul tem 35 usinas e o Paraná, 31.
As pequenas centrais hidrelétricas têm potência entre 1 MW e 30 MW e área total de reservatório de até 3 quilômetros quadros (km²). Os empreendimentos precisam de autorização da Aneel, mas o procedimento para implantação das PCHs é mais simples que o das hidrelétricas maiores. Os empreendedores também têm benefícios do governo, como a autorização sem ônus para exploração do potencial hidráulico e descontos de no mínimo 50% nos encargos de uso dos sistemas de transmissão e distribuição.
fonte(Jornal do Brasil) 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Belo Monte viabiliza hidrovia no Xingu

A formação do reservatório dentro da Volta Grande do Xingu, onde atualmente existem só propriedades rurais, permitirá a navegação. Embora viável, a discussão do tema ainda não apareceu.
A viabilidade da transposição foi incluída nos estudos de impacto ambiental apresentados ao Ibama. O trabalho não chegou a ser discutidos nas audiências públicas.
A Eletronorte, subsidiária da Eletrobras que assina o estudo, aponta três arranjos diferentes para a construção das eclusas (espécie de elevador que permite às embarcações transpor barragens). 

Caso seja construído, o conjunto viabiliza a transposição das embarcações no degrau de 95 metros que passará a existir entre o canal de navegação do baixo Xingu e o reservatório da usina.
As eclusas foram dimensionadas para receber comboios de até 200 m de comprimento e 24 m de largura.
A profundidade do canal será de 3 m, suficiente para o trânsito de comboios com até 2,5 m de calado (parte submersa das embarcações).
O trecho navegável no baixo Xingu tem 298 quilômetros (de 1.815 km de extensão) e conecta Belo Monte (onde há um terminal da Petrobras) ao rio Amazonas.
Os estudos feitos pela Eletronorte são preliminares. Não informam, por exemplo, quantos quilômetros seriam adicionados à hidrovia, tampouco o potencial de carga.

Santa Catarina deve ganhar mais seis parques de energia eólica em 2011

O casamento entre a força da natureza e a tecnologia pode impulsionar Santa Catarina do oitavo para o terceiro lugar no ranking de capacidade de produção de energia eólica do país. A notícia é resultado da construção de 86 aerogeradores em seis novos parques em Água Doce, no Meio-Oeste.

Graças aos bons ventos, as novas torres devem gerar 129 megawatts/hora. Três dos seis parques entram em funcionamento em julho.

A produção total poderá abastecer uma cidade do tamanho de Joinville, que tem mais de 500 mil habitantes. A energia produzida vai para a subestação da Celesc e pode ser distribuída para qualquer lugar do Brasil.

Hoje, entre os nove Estados produtores de energia eólica, Santa Catarina ocupa a oitava posição, na frente apenas do Paraná. Com os investimentos, a atual capacidade será multiplicada por 10, fazendo o Estado saltar para terceiro lugar.

Com a venda da energia das novas torres, a estimativa é de uma receita mensal de R$ 6,8 milhões, durante 20 anos, para a argentina Impsa, maior investidora de energia eólica no país. Segundo o gerente de projetos, Jairo César Moro, foram dois anos de estudo para avaliar os ventos.

— A energia já foi negociada através de leilão. Temos a garantia da venda em contrato. Santa Catarina deve mostrar ao país o seu potencial.

Os investidores acreditam tanto nessa capacidade que devem injetar R$ 770 milhões na construção dos seis novos parques de Água Doce.

Empresa também investe em Bom Jardim da Serra
A Impsa também está construindo 61 torres na cidade de Bom Jardim da Serra, no Planalto, onde já existe um aerogerador em funcionamento em caráter de experiência. Em contrapartida às construções, a empresa terá de desembolsar compensações. A principal é um tributo ambiental, de 0,5% do investimento, cerca de R$ 3,6 milhões, pagos ao governo do Estado e para a pesquisa da fauna que habita a região. A medida é uma exigência para a licença de operação dos parques.

Este documento também foi necessário em 2002, quando iniciou a construção das 23 torres que estão em operação na divisa com Palmas (PR). A geração de energia começou em 2004 e chega a 13,8 megawatts/hora, o que dá para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes.

Os investimentos também impulsionam a economia. Com 7 mil habitantes, Água Doce arrecada R$ 1 milhão por mês, 85% do setor agrícola. Com os novos parques, a estimativa é de um aumento de 20% na arrecadação. Segundo a prefeita Nelci Bortolini, os parques também garantem o aumento do turismo local.

Tudo pronto até dezembro
A obra dos seis novos parques eólicos de Água Doce começou em abril do ano passado. Agora, estão sendo finalizadas as etapas de construção dos acessos e das bases para os aerogeradores. Os responsáveis pelas usinas abriram 62 quilômetros de estradas para o trânsito dos caminhões e trabalham na construção de uma subestação em meio às torres.

Tudo na obra é gigantesco, inclusive as bases que darão sustentação às torres. Elas têm diâmetro de 15 metros e são construídas em concreto maciço. Cada uma precisa de 42 caminhões de cimento, o que daria para construir um prédio de oito andares. Toda a estrutura tem uma explicação. Cada torre terá cem metros de altura e vai pesar 317 toneladas.

A previsão é de que as obras sejam concluídas no final do ano. Três parques devem ser entregues até julho.

Hoje, 600 homens trabalham na obra. Uma fábrica de concreto também foi instalada no local para dar conta da demanda do projeto.

Os terrenos onde estão instalados os parques pertencem a 28 proprietários diferentes. Eles são alugados pela empresa responsável, com contrato de 20 anos. Cada dono de terra recebe um valor anual, calculado de acordo com o número de torres.

E ninguém precisa parar as atividades por conta disso. A maioria da área serve para o cultivo da soja e também à criação de gado. Harmonia que já garantiu ao município, pioneiro no Estado com esse tipo de geração de eletricidade, o título de capital catarinense da energia eólica.



fonte (Diário Catarinense)

ANEEL QUER DE VOLTA CONCESSÃO DE USINAS

Renato Andrade, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) quer retomar as concessões de hidrelétricas que ainda não conseguiram licenciamento ambiental. A ideia é ajustar os projetos e licitá-los novamente, destravando a construção. A medida pode beneficiar os consumidores, porque vencerá o leilão quem oferecer o menor preço pela energia a ser produzida.
Mais da metade das usinas previstas para entrar em operação no Brasil nos próximos oito anos tem algum tipo de impedimento legal. De acordo com levantamento feito pelo Estado, das 28 usinas a serem construídas, 16 estão nessa situação. Destas, 10 estão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Boa parte dos empreendimentos está travada por causa da política de concessão adotada até 2004. O governo podia autorizar a exploração dos rios para a construção de hidrelétricas sem a necessidade de licenciamento ambiental prévio. A maior parte das usinas com problemas teve suas concessões liberadas de 2000 a 2002, quando a preocupação era ampliar a oferta de energia e afastar o fantasma do racionamento.
O problema é que para as usinas saírem do papel é preciso ter a chancela do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ou, em alguns casos, dos órgãos ambientais estaduais. Falhas nos projetos apresentados e a burocracia na análise dos pedidos têm condenado as propostas a ficar nas prateleiras.
Menor preço. Segundo o diretor-geral da Aneel, Nelson Hubner, se o governo retomar essas concessões as usinas poderão ser leiloadas pelas regras atuais, que determinam que o vencedor da licitação é a empresa ou grupo que propuser o menor preço para a energia que será produzida.
"No meu ponto de vista, se devolverem todas será muito vantajoso porque, pelas regras atuais, podemos submeter essas usinas a um processo de licitação pública aberta onde estou conseguindo contratar energia a um custo muito mais baixo", disse ele.
As concessões antigas foram liberadas às empresas que ofereceram o maior valor pelo chamado "uso do bem público". Segundo Hubner, esse mecanismo acaba encarecendo a tarifa cobrada pela energia produzida. "O que buscamos hoje é reduzir a tarifa. Portanto, se elas são devolvidas, podemos licitar de novo e passar a concessão para quem oferecer o menor preço para a energia que vamos entregar ao mercado regulado", acrescentou.
Algumas empresas já procuraram a Aneel para devolver a concessão. É o caso da usina de Baú I, que seria construída em Minas Gerais. A autorização foi dada em 2001, mas a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) não liberou o projeto até hoje.
O Ministério de Minas e Energia e o Ibama estão avaliando os projetos. O objetivo da análise é identificar quais têm chances reais de receber a licença ambiental, os que terão de ser descartados e aqueles que poderão sofrer mudanças e ser leiloados.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Angra 2 é desconectada do SIN


Falha no sistema de medição de pressão de vapor principal na saída da turbina e na sinalização da chave de abertura em carga foram razões do desligamento.


  
A usina nuclear Angra 2 está desconectada do Sistema Interligado Nacional desde as 3:25 horas desta terça-feira, 22 de fevereiro. Inicialmente, segundo a Eletronuclear, houve uma falha no sistema de medição de pressão de vapor principal na saída da turbina de alta pressão. O reator, ainda de acordo com a companhia, permaneceu em operação normal.

Às 08:55 horas, após normalização do canal de pressão da turbina, o gerador elétrico principal foi sincronizado ao Sistema Interligado Nacional. Devido à falha na sinalização da chave de abertura em carga, que conecta o gerador à rede elétrica nacional, a unidade foi retirada manualmente do Sistema e, desta vez, o reator foi desligado automaticamente.

De acordo com os procedimentos de operação, nos dois casos foi declarado, preventivamente, Evento Não Usual. Segundo a estatal, o motivo da falha da sinalização da chave de abertura em carga está sendo verificado, e o retorno de Angra 2 à operação está condicionado a esta normalização.



fonte (http://www.canalenergia.com.br)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Ersa testa PCH Várzea Alegre


A Ersa foi autorizada a operar em teste as duas turbinas da PCH Várzea Alegre (7,5 MW),no rio José Pedro, no município Conceição de Ipanema (MG). A usina possui energia assegurada de 4,9 MW e se conecta ao SIN por linha de transmissão de 7 km, em tensão de 69 kV, ligada à subestação da PCH Varginha, da mesma empresa.
Ao todo, a companhia reúne um portfólio de 18 PCHs em operação ou em fase de construção e preparação para construção, além de onze parques eólicos, todos localizados no Nordeste do país, totalizando mais de 500 MW. 
     

Conta de luz deve subir até 11% em 2011

Reajuste começa em abril e também inclui subsídios ao programa Luz Para Todos e à geração térmica na Amazônia. Seca em reservatórios forçou maior uso de termelétricas, que têm energia mais cara; alta deve continuar até 2014.

As contas de luz virão salgadas neste ano e terão aumento bem acima da inflação. Especialistas apontam reajuste médio entre 9% e 11% para os consumidores, enquanto a meta de inflação do governo é de 4,5%.

A primeira leva de reajustes tarifários das grandes concessionárias elétricas do país, entre as quais a Cemig (MG) e a CPFL (SP), ocorrerá em abril.
 
Mas a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) já deu neste mês de fevereiro uma pequena amostra do que está por vir: concedeu aumentos nas tarifas de até 15% para duas pequenas empresas de energia.

Na Santa Maria, no Espírito Santo, o reajuste foi de 10,35% para os clientes residenciais. Na Energisa Borborema, na Paraíba, as contas deram um salto de 14,92%.

O efeito climático La Niña, com chuvas abaixo da média, provocou uma seca recorde nos reservatórios das hidrelétricas. Com isso, o país precisou lançar mão de geração térmica, mais cara. Essa conta somou o valor recorde de R$ 1,82 bilhão em 2010, que será pago pelo consumidor neste ano.

Outros vários encargos embutidos na conta também serão responsáveis pelo seu aumento em 2011. No ano passado eles representaram mais de R$ 17 bilhões, valor 24,5% superior a 2009, quando somaram R$ 13,65 bilhões. O valor agora será repassado ao consumidor.

Os encargos não são impostos e servem para fins específicos como custear a geração a óleo -mais cara - em lugares remotos da Amazônia ou financiar programas sociais, como Luz Para Todos e Proinfa (de energia limpa).

De 2001 a 2010, o aumento acumulado das tarifas de energia chegou a 186%, enquanto no mesmo período o IGP-M subiu 124% e o IPCA (índice oficial de inflação do governo) acumulou 86%.
 
Os dados são da Abrace (Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia Elétrica).

Os reajustes da conta de luz devem pressionar ainda mais o índice de inflação. Caso as tarifas subam em média 9% em 2011, contribuirão com 0,29 ponto percentual para o IPCA.
 
Se atingirem 11% terão impacto de 0,35 ponto percentual nas 11 regiões pesquisadas pelo IBGE. Em 2010, a energia elétrica contribuiu com 0,10 ponto para o índice.

A Abrace projeta que até 2014 o preço da energia subirá mais de 30%. Paulo Pedrosa, presidente da associação, diz ainda que em 2011 as térmicas leiloadas em 2008 começarão a operar, o que irá encarecer ainda mais as tarifas para os consumidores.
 
"Nós pagamos uma energia cara e com tendência de aumento", diz ele. "O custo da energia no Brasil está entre os mais altos do mundo, o que compromete nossa competitividade", completou.

Custo inclui tributo, geração e distribuição
 
O reajuste das tarifas de energia, calculado pela Aneel, leva em conta vários fatores. Entre eles, a variação dos custos administrativos das concessionárias elétricas, sobre os quais incide o IGP-M.

Também são considerados custos sobre os quais as empresas não têm controle, como a compra de energia e o seu transporte pelas linhas de transmissão e distribuição.

Por fim, são cobrados os encargos setoriais, destinados a financiar as políticas de governo para o setor, e os tributos.

Em 2010 houve geração maior de energia de térmicas para poupar os reservatórios das hidrelétricas, ao custo de R$ 1,8 bilhão.

Esse valor será pago pelo consumidor em 2011.
 
FONTE: Folha de São Paulo