sexta-feira, 15 de abril de 2011

Governo arma reunião para tentar destravar obras de hidrelétricas paradas.

O governo federal realizou nesta terça-feira (29/3) uma reunião entre sindicalistas e empresários da construção civil para tratar de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que se encontram paralisadas após conflitos nos canteiros. Entre elas, as hidrelétricas de Jirau (3.450MW) e Santo Antônio (3.150MW), no rio Madeira (RO), e São Domingos, no Mato Grosso do Sul. Sem consenso, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República, marcou nova conversa para a quinta-feira (31/3).

Carvalho, com trânsito entre os sindicalistas, foi nomeado pela presidente Dilma para dedicar atenção especial aos problemas envolvendo os empreendimentos paralisados. As hidrelétricas tiveram os trabalhos suspensos após conflitos que terminaram com destruição de alojamentos e presença policial em Jirau e São Domingos. Em Santo Antônio, a proximidade com Jirau e sinais de uma iminente confusão levaram o consórcio construtur a optar por aguardar as negociações.

"A reunião de hoje (terça) foi apenas o primeiro palco, houve muita briga. Trabalhadores de um lado e patrão, do outro. Mas caminhamos para um processo que parece interessante. Logo após a reunião, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) sentou-se com a Odebrecht e com a Camargo Correa, para tentar resolver o problema de Jirau e Santo Antônio", resumiu Carvalho.

O presidente da CUT, Artur Henrique, afirma que foi às usinas e teve "um diagnóstico grave" sobre as situações de trabalho. Paulo Safady, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, diz que Jirau está parada "por uma questão de polícia" e alega que "a Força Nacional que foi para lá com o objetivo de conter as revoltas concluiu que não havia condições de trabalho". Ainda assim, Safady acredita que há "exagero das centrais" e os conflitos no Madeira são "pontuais".

Segundo o ministro Carvalho, a reunião de quinta vai trabalhar com a perspectiva de "uma mesa permanente de negociação", envolvendo "trabalhadores, patrões e governo". O secretário-geral da Presidência também fala em "ter uma mesa (de negociações) em cada obra importante.
Fonte:Jornal da Energia

Brasil possui 331 centrais geradoras hidrelétricas

Santa Catarina é o estado com maior número de CGH em operação, com 77 empreendimentos, seguida de Minas Gerais, com 73, e Rio Grande do Sul, com 36. O Mato Grosso ocupa o quarto lugar, com 29 centrais, enquanto que São Paulo possui 28

13 de abril de 2011 – A matriz energética nacional possui 331 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) em operação. Essas mini usinas, com capacidade instalada de até 1 Megawatt (MW), tem capacidade instalada de 188,7 MW e representam 0,17% da matriz energética brasileira. Em 1998, 21 centrais estavam registradas com uma potência total de 11,56 MW.

Atualmente, uma central está em construção em Minas Gerais. Outras 68 foram outorgadas pela AgênciaNacional de Energia Elétrica (Aneel), mas ainda não iniciaram as obras.  

Santa Catarina é o estado com maior número de CGH em operação, com 77 empreendimentos, seguida de Minas Gerais, com 73, e Rio Grande do Sul, com 36. O Mato Grosso ocupa o quarto lugar, com 29 centrais, enquanto que São Paulo possui 28.

A política governamental prevê para os interessados em explorar o potencial hidráulico das centrais geradoras descontos de no mínimo 50% nas tarifas de uso dos sistemas elétricos de transmissão e distribuição.

Para entrar em operação, as centrais precisam ser registradas na Aneel.

Segundo o Decreto nº. 2003/1996, os aproveitamentos de potenciais hidráulicos de até 1 MW independem de concessão ou autorização, porém devem ser comunicados ao órgão regulador e fiscalizador do poder concedente para fins de registro.

Desativar uma usina nuclear é mais difícil do que se previa.

Desativar uma usina nuclear é mais difícil do que se previa


Teoricamente, ao atingir o fim de sua vida útil, uma usina nuclear deverá ser desmontada como qualquer outro equipamento inservível.
Na prática, porém, autoridades e técnicos suíços e alemães estão vendo que a coisa não é tão fácil como se prevê nos estudos teóricos.
A experiência dos dois países mostra que fatores inesperados podem surgir na questão do desmantelamento dos equipamentos nucleares e que o planejamento financeiro não responde às necessidades reais.
A usina nuclear de Beznau I, a mais antiga da Suíça, está se aproximando do momento de sua desmontagem, mas nem tudo está saindo como previsto.[Imagem: SFNSI]
Desativação de usinas nucleares
A demolição das usinas nucleares desativadas na Suíça já está planejada desde que elas foram projetadas. Porém, desde que entraram em funcionamento, nunca o destino dessas centrais esteve tão politicamente incerto como agora.
Oficialmente a indústria atômica e o governo consideram que as usinas nucleares têm um período útil de vida de cinquenta anos.
Durante esse tempo, os consumidores de energia pagam um acréscimo na conta de energia de 0,8 centavo de franco suíço por Kilowatt/hora. Os recursos captados alimentam dois fundos: um fundo para o desligamento das centrais e um fundo para financiar a eliminação dos dejetos radioativos.
Os dois fundos são controlados pelo governo federal. Assim como os fundos de pensão, esses recursos são aplicados nos mercados financeiros. A meta é um retorno de capital na base de 5% ao ano. Atualmente a soma de capital dos dois fundos é de 4,15 bilhões de francos.
O custo oficial planejado para a eliminação dos dejetos radioativos durante o período de funcionamento das centrais (eliminação e transporte do lixo nuclear), e da demolição consequente das estruturas, é de 15,5 bilhões.
Desse valor, as operadoras das centrais assumem 7 bilhões. Os restantes 8,5 bilhões deveriam vir dos fundos - mas os fundos têm menos da metade disso.
Falta capital para o risco
Assim fica claro: mesmo se a central nuclear não for retirada prematuramente da rede elétrica, o financiamento do desmantelamento não está 100% garantido. A questão é se os mercados de capitais podem dar realmente um retorno anual de 5%. Em todo caso, especialistas consideram essa meta bastante ambiciosa.
Além disso, ainda é preciso levar em conta complicações possíveis no caso de trabalhos complexos e dispendiosos no desmantelamento. No caso de desativação prematura, o fundo não é mais financiado.
Caso haja necessidade de capital, a Lei atualmente em vigor na Suíça sobre o uso da energia nuclear prevê que as operadoras das centrais nucleares cubram a parte em falta, caso os recursos disponíveis nos fundos não sejam suficientes. Porém, especialistas duvidam que a quota de capital próprio responda a essa necessidade.
O especialista em mercados financeiros, Kaspar Müller, escreve no seu estudo publicado em 2008 - "Risco e rendimentos das centrais nucleares" - que falta "em grande ordem às centrais nucleares capital para assumir responsabilidade em caso de riscos e a estabilidade financeira é questionável".
Desmantelamento problemático na Alemanha
A experiência, até então, com o desmantelamento de uma usina nuclear na Alemanha, mostra que esse processo complexo não apenas pode durar mais do que vinte anos, mas também provocar surpresas desagradáveis na forma de locais que estão contaminados radioativamente. Esse fator aumenta o trabalho e também os custos.
"Nos últimos anos as empresas especializadas no desmantelamento ganharam bastante experiência. Foi possível aperfeiçoar e melhorar os métodos utilizados,", declara Philipp Hänggi, da Swissnuclear, o grupo de interesse das empresas do setor.
"Contudo, os custos e o tempo de desmantelamento da primeira dúzia de centrais desativadas não são diretamente transferíveis aos novos projetos de desmantelamento As etapas individuais podem ser padronizadas, mas o desmantelamento de todo o sistema será sempre um projeto individual," diz o representante da indústria.
Hänggi considera o prazo de 15 anos para desmontar completamente uma central nuclear como realista. A questão, de saber se o terreno utilizado poderá abrigar posteriormente um parque infantil, é respondida por ele com um "sim".
Herança nuclear
Na desmontagem, em primeiro lugar são removidos os bastões de combustível nuclear e o edifício do reator. A descarga das barras de combustível "não é um processo extraordinário", declara Michael Schorer, chefe de comunicação no Fórum Nuclear. "Os bastões de combustível são trocados regularmente durante o funcionamento normal das centrais e levados para depósitos provisórios."
As autoridades suíças estimam que o simples desmantelamento de todas as centrais nucleares do país e a manutenção do depósito provisório de lixo nuclear em Würenlingen custaria 2,2 bilhões de francos.
Os custos de eliminação durante o período de funcionamento das centrais são de 13,3 bilhões. No valor está incluído o reprocessamento dos bastões, o depósito provisório e o depósito geológico final.
A cada cinco anos os custos são checados e reavaliados. Um estudo mais recente deverá ser publicado em 2012.
A partir da catástrofe no Japão, a pressão para o desligamento antecipado das mais antigas usinas - Mühleberg e Beznau - não vem mais só dos grupos de esquerda e os ecológicos, mas também de uma parte dos partidos de centro.
Por outro lado, o lobby atômico resiste: a desativação prematura teria não apenas consequências a curto prazo, mas também afetariam o planejamento do período subsequente, incluindo também o financiamento para a demolição das estruturas criadas.