sexta-feira, 5 de agosto de 2011

MPE pede anulação de licença ambiental de hidrelétrica em Sinop

Laudos técnicos elaborados por professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), a pedido do Ministério Público Estadual (MPE), demonstram uma série de vícios no Estudo e no Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da Usina Hidrelétrica de Sinop. Dentre eles, omissões na delimitação das áreas de influência do empreendimento; falta de definição dos métodos de transposição de espécies ameaçadas de extinção em virtude a obra; além de falhas em relação às alterações do regime hidrológico do Rio Teles Pires.

Com base nos referidos laudos, a 3ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Sinop ingressou com ação civil pública ambiental requerendo a nulidade do EIA /RIMA e do licenciamento já concedido para a realização da obra. A ação foi protocolada no dia 29/07, na Vara Única da Subseção Judiciária da Justiça Federal de Sinop, já que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) é ligada ao Ministério de Minas e Energia.

De acordo com a autora da ação, promotora de Justiça Audrey Ility, os estudos ainda confirmaram danos ambientais, que foram tratados superficialmente no EIA/RIMA, com a extinção de espécies aquáticas em todo trecho da obra no rio Teles Pires em virtude da transformação do ambiente. "O EIA menciona a reposição de espécies no rio Teles Pires, indicando que haverá extinção ou desaparecimento de espécies, porque a reposição somente é realizada nestas hipóteses, o que, contudo, foi não foi objeto de pesquisas sérias e da devida exposição às populações impactadas", destacou a promotora de Justiça.

Segundo ela, a maior preocupação refere-se à ausência de aferição e demarcação da área de influência, direta ou indireta, do empreendimento. "A Themag, empresa contratada pela EPE para elaborar o EIA/RIMA da UHE de Sinop, apenas considerou como área de impacto direto a área da construção e a da obra em si, deixando de considerar a operação do empreendimento para se aferir e demarcar estas áreas", explicou.

Na ação, a promotora de Justiça argumenta que, devido às omissões constatadas na delimitação das áreas de influência da hidrelétrica, quaisquer medidas mitigadoras dos impactos ou compensatórias traçadas para o empreendimento e às sociedades impactadas são questionáveis, já que os estudos foram pautados em dados que não correspondem à realidade.

A representante do Ministério Público destaca ainda que, apesar de ter sido tratada como espelho d´água pela EPE, a usina hidrelétrica possui reservatório, o que causará consequências no regime hidrológico do Rio Teles Pires. O referido problema, segundo ela, não foi considerado no EIA/RIMA. "Estes vícios, dentre outros, acarretam a absoluta imprestabilidade do estudo e, de consequência, do próprio licenciamento e de eventuais licenças a serem expedidas", afirmou Ility.

A promotora de Justiça acrescentou ainda que o processo de licenciamento ambiental em questão é omisso quanto à realização dos estudos de usos múltiplos, utilização racional e integrado das águas do Rio Teles Pires, em dissonância à Lei n.º 9.433/97 e Lei nº 9.984/2000. "A Política Nacional de Recursos Hídricos dispõe sobre a obrigatoriedade de, salvo absoluta impossibilidade, que deve ser comprovada tecnicamente, viabilizar-se este uso múltiplo dos recursos hídricos, necessário para a outorga do uso das águas", disse.

Conforme Ia promotora de Justiça, os estudos de viabilidade dos usos múltiplos das águas encontram suporte na Lei 6.938/1981 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente. "Estes estudos devem ser realizados antes ou mesmo concomitantemente a realização dos EIA/RIMA, porque, caso licenciada ou iniciada a instalação do empreendimento, sem observância da obrigatoriedade dos estudos sobre os múltiplo das águas, restará inviabilizada a utilização múltipla das águas, inclusive eventual aproveitamento para navegação", acrescentou.

Os laudos que embasaram a ação do MPE, proposta em litisconsórcio com o Sindicato Rural de Sinop, foram elaborados pelos professores Dorival Gonçalves Júnior, mestre e doutor em energia pela Universidade de São Paulo; e Francisco de Arruda Machado, doutor em biologia. Além da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), também foram acionados o Estado de Mato Grosso e a União Federativa do Brasil.

OUTRA AÇÃO: Esta é a segunda ação proposta pelo Ministério Púbico Estadual, por meio da 3ª Promotoria de Justiça de Sinop, em relação a Usina Hidrelétrica de Sinop. A primeira, que também tramita na Justiça Federal, tem como objeto a declaração de incompetência da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) para a conclusão do procedimento de licenciamento ambiental.

De acordo com entendimento do MPE, o órgão competente para a condução do procedimento de licenciamento ambiental da UHE Sinop é o Ibama. "Além do empreendimento fazer parte de um complexo hidrelétrico na bacia hídrica do Rio Teles Pires, o referido rio, nos termos da Constituição da República, é da União, haja vista que banha dois Estados da Federação, inclusive servindo de fronteira entre os Estados do Mato Grosso e do Pará", ressaltou a promotora de Justiça Audrey Ility.

Governo decide aumentar nível mínimo de reservatório de hidrelétricas


Agência Brasil
Foto: ReproduçãoGoverno decide aumentar nível mínimo de reservatório de hidrelétricas
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aprovou nesta segunda-feira (25) mudanças no nível meta dos reservatórios das usinas hidrelétricas das regiões Sudeste e Nordeste. No Sudeste, o nível mínimo dos reservatórios deve subir de 42% para 46% e no Nordeste, de 25% para 32%.

Segundo o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, a determinação foi por causa do atraso na entrada em operação de 15 termelétricas, sendo que quatro deveriam começar a fornecer energia neste ano, mas vão operar a partir de 2013. “Só o deslocamento dentro do horizonte já fez com que aumentasse o nível meta”.

O nível meta é o nível mínimo de água estabelecido pelo setor elétrico para os reservatórios das hidrelétricas no início do período chuvoso. Quando há previsão de que essa meta não será atingida, pode haver o acionamento de termelétricas para evitar o desabastecimento de energia, o que pode tornar a energia mais cara.

Chipp acredita que as mudanças no nível meta não vão afetar o custo da energia para os consumidores. “A metodologia do estoque de segurança do nível meta teve um aperfeiçoamento, se introduziu uma margem de tolerância e um nível de segurança mensal. Então, se o nível de armazenamento ficar nessa margem de tolerância, não se mexe no despacho das térmicas”, explicou.

Segundo Chipp, o nível meta dos reservatórios só será alterado depois que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovar a Curva de Aversão ao Risco, que determina os requisitos mínimos de armazenamento de energia de um sistema para os próximos dois anos.

O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico foi criado em 2004 com a função de acompanhar permanentemente a continuidade e a segurança do suprimento eletroenergético em todo o país. Além da ONS, participam do grupo órgãos como a Aneel, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Ministério de Minas e Energia e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

    Sistema de transmissão para hidrelétricas em MT terá 1.500 km de extensão


    Fonte: Redação
    Data: 04/08/2011 15:42

    A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) finalizou os estudos para definição do sistema de transmissão associado às usinas Teles Pires (1.820 MW), São Manoel (700 MW), Sinop (400 MW), Colíder (300 MW) e Foz do Apiacás (230 MW). A soma da potência instalada será de de 3.450 megawatts (MW). O objetivo do trabalho foi encontrar a melhor alternativa que garanta o pleno escoamento da eletricidade que será produzida pelos empreendimentos de geração, levando em conta a longa distância dos centros consumidores.

    O estudo contemplou a análise de tecnologias em corrente alternada e corrente contínua, além de diversos pontos de chegada das linhas na região Sudeste, principal centro consumidor de energia do país. A opção pela implantação de um sistema em corrente alternada em 500 quilovolts (kV) possibilita a viabilização de futuras conexões com os sistemas locais, próximos às usinas hidrelétricas. Com relação às questões socioambientais, os estudos concluíram que as faixas de terrenos não apresentam características que venham a dificultar a implantação das futuras linhas de transmissão.

    A alternativa que será implantada estabelece inicialmente a integração das cinco usinas com o Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de três linhas de transmissão entre as subestações de Paranaíta e Ribeirãozinho, ambas localizadas em Mato Grosso. Neste trecho haverá ainda a implantação de três novas subestações. A partir da subestação de Ribeirãozinho, será construída uma nova linha até a subestação Rio Verde Norte (GO), de onde partirão outras duas linhas de transmissão até uma nova subestação em Marimbondo (na fronteira entre MG e SP).

    Esse conjunto de projetos totaliza 1.500 quilômetros de extensão, desde a subestação de Paranaíta até a de Marimbondo. Serão investidos cerca de R$ 3,8 bilhões em todo o sistema de transmissão, e a estimativa é que o leilão dessas novas linhas e subestações ocorra ainda em 2011. Os projetos terão que entrar em operação até janeiro de 2015, data prevista para o início do funcionamento comercial da hidrelétrica de Teles Pires - licitada no final do ano passado.

    As análises estratégicas do escoamento da energia que será produzida pelas usinas hidrelétricas em Mato Grosso, bem como a comparação econômica dos custos entre as opções estudadas, permitiram que a alternativa de transmissão recomendada assegurasse o desempenho adequado do sistema de transmissão dentro dos padrões de confiabilidade, segurança e qualidade de suprimento que caracterizam as linhas planejadas pela EPE para o SIN.

    Transmissão de hidrelétricas de MT terá investimento de R$ 3,8 bi




    As linhas de transmissão dos cinco novos projetos de usinas hidrelétricas no Mato Grosso demandarão investimentos de R$ 3,8 bilhões, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
    O leilão das linhas de transmissão e subestações deve ocorrer ainda em 2011. Segundo a EPE, os projetos terão que entrar em operação até janeiro de 2015, data prevista para o início do funcionamento comercial da usina de Teles Pires, com potência instalada de 1.820 megawatts (MW) e que foi licitada no final do ano passado. As outras hidrelétricas previstas no Estado são Sinop (400 MW), Colíder (300 MW), Foz do Apiacás (230 MW) e São Manoel (700 MW).
    De acordo com a EPE, as cinco usinas serão inicialmente integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio de três linhas de transmissão entre as subestações de Paranaíta e Ribeirãozinho, ambas em Mato Grosso. A partir de Ribeirãozinho, será construída uma nova linha até a subestação Rio Verde Norte (GO), de onde partirão outras duas linhas de transmissão até uma nova subestação em Marimbondo - na fronteira entre Minas Gerais e São Paulo. O conjunto de projetos, conforme a EPE, totaliza 1,5 mil km de extensão.
    O estudo contemplou a análise de tecnologias em corrente alternada e corrente contínua, para definir qual a melhor para os empreendimentos. "A opção pela implantação de um sistema em corrente alternada... possibilita a viabilização de futuras conexões com os sistemas locais, próximos às usinas hidrelétricas", disse a EPE. "Com relação às questões socioambientais, os estudos concluíram que as faixas de terrenos não apresentam características que venham a dificultar a implantação das futuras linhas de transmissão", acrescentou a EPE

    terça-feira, 2 de agosto de 2011

    Autorizada pela Aneel, hidrelétrica de Dardanelos inicia testes





    Segundo publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (18/07), a Aneel autorizou no sábado (16/07) o início da operação em testes de duas unidades da usina hidrelétrica de Dardanelos (261MW), no Mato Grosso. 

    O empreendimento é administrado pelo consórcio Águas da Pedra, que é liderado pela Neoenergia e tem como sócias Eletronorte e Chesf.
    Segundo a assessoria da companhia, foram iniciados no próprio sábado os testes de carga na primeira turbina. A primeira unidade está gerando energia ainda fora de operação comercial, e os ensaios devem durar por volta de 15 dias
    POR:
    Assessoria Pajé Transportes

    segunda-feira, 1 de agosto de 2011

    Governo investe R$ 5 bi em hidrelétrica


    O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em sua segunda versão, prevê R$ 958,9 bilhões em investimentos entre os anos de 2011 e 2014 e mais uma média de R$ 631,6 bilhões após 2014. Somados, os dois períodos totalizam um montante de R$ 1,59 trilhão. Destes, a maior parte está direcionada para a área de energia elétrica, que sozinha custará ao Governo Federal R$ 465 bilhões entre 2011 e 2014 e mais R$ 627 bilhões após este período. Em Mato Grosso, a construção das Usinas Hidrelétricas (UHE) Teles Pires e Colíder, juntas, custarão aos cofres públicos R$ 5 bilhões somente no período de 2011-2014.

    A UHE Teles Pires tem como meta, segundo o relatório do PAC 2 divulgado pelo Governo Federal no último dia 29, produzir 1.820 MW de energia. A responsável pela execução da obra é a Companhia Hidrelétrica Teles Pires, composta pela Eletrosul (24,5%), Neoenergia (50,1%), Furnas (24,5%) e a ODEBRECHT (0,9%).

    A data de operação prevista para a usina é em 30 de maio de 2015, com data de conclusão das obras marcadas para até 30 de setembro do mesmo ano. O contrato de concessão da usina já foi assinado em junho deste ano e, para dar segmento à obra, a empresa aguarda a emissão da licença de instalação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). O documento deve ser concedido até 19 de agosto deste ano, para que o as obras se iniciem até o final de outubro.

    Outra usina, de menor porte, também localizada no rio Teles Pires, está inclusa nos recursos destinados ao PAC 2. Com meta de produção de 300 MW, a usina deverá “abocanhar” R$ 1,3 bilhão até 2014. A empresa responsável pela execução das obras é a Companhia Paranaense de Energia (Copel). O contrato de concessão foi assinado em janeiro de 2011 e a licença de instalação já foi emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) em dezembro de 2010. As obras já estão com 13,4% de progresso e a meta da empresa é concluir 17% até dezembro.

    Planejamento

    O Governo Federal pretende ainda, investir os recursos do PAC também na instalação de mais uma UHE, que ainda está em fase de estudos para implantação. A UHE Sinop deverá ser erguida igualmente no rio Teles Pires e terá meta de produção de 400 MW. A empresa responsável pelos estudos é a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Os investimentos previstos pelo governo são de R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos e mais R$ R$ 311,2 milhões após 2014.

    Agora, a empresa aguarda que a emissão de licença prévia da Sema até 30 de setembro deste ano, a fim de dar continuidade aos estudos de viabilização para instalação.