RIO – A usina Cachoeira Caldeirão, no rio Araguari, no Amapá, deverá ser a terceira hidrelétrica – das dez inscritas – confirmada para participar do Leilão de A-5, marcado para o dia 20 de dezembro. De acordo com o diretor de estudos de energia elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos Miranda, a usina recebeu ontem, do órgão ambiental do Estado do Amapá, a declaração de reserva de disponibilidade hídrica (DRDH) para participar a disputa, que licitará empreendimentos com início de geração previsto para 2016.
Segundo o diretor, a usina foi objeto de audiência pública ontem e está muito próxima de conseguir a licença prévia necessária para participar do leilão.
Até agora, apenas duas hidrelétricas conseguiram a licença prévia, Estreito e Cachoeira, as duas no rio Parnaíba, e já têm participação garantida no A-5. O prazo limite para obtenção da licença prévia é 1º de dezembro, segundo Miranda.
A hidrelétrica de São Manuel, no rio Teles Pires, no Mato Grosso, seria objeto de audiência pública esta semana, mas o processo foi adiado. Apesar do adiamento, Miranda frisou que não há anormalidades no processo.
“Essas coisas acontecem”, disse Miranda, que participou da Conferência APEx, realizada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no Rio de Janeiro.
O diretor destacou que as hidrelétricas são prioridade do governo. “[O governo] Está fazendo tudo para que sejam cumpridos os compromissos com o Ministério do Meio Ambiente e para que as hidrelétricas consigam as licenças dentro do prazo”, afirmou.
Miranda ressaltou que a licença precisa ser obtida sem que seja necessário alterar o projeto.
O baixo número de usinas hidrelétricas aprovadas para o A-5 até agora não preocupa Miranda. “O Brasil tem uma oferta de fontes de energia muito diversificada”, frisou, lembrando também a grande quantidade de energia eólica que será ofertada no leilão.
Ele afirmou que há espaço para a redução dos preços negociados pela energia no A-5. Segundo ele, a partir da competição, os empreendedores buscam otimizar os processos e evoluir as tecnologias para oferecer maior qualidade e preços menores.
“É claro que haverá um limite. Mas acreditamos que haverá redução de custos”, ponderou.
O investimento em novas tecnologias e a vinda de fábricas para o Brasil são os principais motivos apresentados por Miranda para justificar a expectativa por menores preços. Miranda lembrou que a energia eólica chegou a ser negociada a menos de R$ 100 o megawatt-hora no leilão A-3 este ano, mas ainda assim há espaço para quedas maiores no preço.
“A energia eólica está mais em evidência porque não se imaginava que pudesse reduzir tanto o preço. Esperávamos isso para 2020”, disse.
(Marta Nogueira | Valor)
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