segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Construção da usina hidrelétrica de Belo Monte é discutida em Brasília

Maíra Gatto | Brasília (DF)
Representantes de comunidades indígenas estão em Brasília para discutir os impactos da construção da usina uidrelétrica de Belo Monte, no Pará. A obra, autorizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), deve inundar uma área de 600 quilômetros quadrados na região.
O encontro reuniu mais de cem índios e pesquisadores. Cerca de 40 mil pessoas, entre elas indígenas e ribeirinhos, terão que ser deslocadas para que o empreendimento seja erguido. Um dos presentes, o Cacique Raoni, reclama que o governo ainda não definiu qual será o destino dessas populações.
Outra preocupação é o surgimento de conflitos, já que a obra deverá atrair mais 100 mil pessoas para a região. Ricardo Verdum, do Instituto de Estudos Socioeconômicos, afirma que poderá se criar uma tensão social.
— O processo de abertura de estradas, de ocupação da região através de empregos vai criar um dano não só ambiental, mas uma tensão social em relação a terra e aos recursos naturais dessa região — afirma.
Os pesquisadores criticam também o custo da obra, estimado pelo governo em R$ 19 bilhões. O argumento é que existem alternativas de geração de energia que dispensariam as obras de Belo Monte.
— Existem hidrelétricas de menor porte, existem outras energias, como eólica, solar que podem suprir a necessidade do país. Além disso, as usinas que estão já funcionando, muitas delas em estão em situação precária. Poderia ser feito um trabalho para potencializar esses empreendimentos — conclui Verdum.
O grupo fará um protesto amanhã em frente ao Congresso Nacional. Eles pretendem entregar à presidente Dilma Rousseff um abaixo assinado com 500 mil assinaturas, contra a construção da usina.

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